Entrevista de uma revista da Alemanha

Kristen, você já conhecia os livros de Stephenie Meyer?

Eu tenho que confessar: não. Antes de ser chamada para o papel eu nunca tinha ouvido falar deles. Quando compro livros, geralmente vou a lojas de livros clássicos.

Mas você é jovem.

Sim. Mas mesmo aos treze anos eu preferia ler romances. Livros adolescentes são escritos por adultos que descrevem os jovens como quem não tem mais nada na cabeça além de se preocupar com seus namoros.

Os livros de “Crepúsculo” são muito limpos. Bella e Edward não têm relação sexual.

Porque, de outro modo, ele a mataria. O garoto é um vampiro.

Mas isso não é um pouco irreal?

Bella desesperadamente quer ter relações, é claro que ela quer. Mas esse tema da abstinência sexual está presente na série. Os dois querem, mas não podem, pois a levaria à morte. Talvez isso possa ser atribuído ao fato de Meyer ser mórmon, mas isso deve ser perguntado à ela.

Você deixou a escola aos treze anos e desde então estuda em casa. Você sente falta?

Não. Nunca!

Por que não?

Escola é um terrível lugar muito superficial. Os jovens podem ser muito descerebrados . Eu gostava das aulas, gostava de aprender, mas algumas crianças me deixavam louca. Crianças podem ser extremamente duras, elas não tinham nada a ver comigo e eu também não queria lidar com elas. 

Você sentia que não se encaixava, que não era como elas?

Isso mesmo. Mas muitas crianças e adolescentes sentem isso. É normal e absolutamente comum quando você pensa “todos são estranhos”.

Você tinha amigos?

Sim. Eu ainda saio com muitos amigos da época de escola. Mas eu nunca fui muito social. Eu sempre preferi gastar tempo comigo. Na escola você tem sempre que estar antenado e se dar bem com todos ou você é estranho. Isso é estúpido. Eu nunca quis fazer parte dessa aceitação, nunca me interessei por isso.

Você não gosta das pessoas?

Oh, não, essa é uma interpretação errada. Eu me interesso pelas pessoas, não sou solitária, gosto de estar com elas. Mas também nunca senti necessidade de estar sempre saindo. Eu só nunca gostei de estar em meio a uma multidão. Dois anos atrás eu me reencontrei com alguns amigos da escola. Eu estava em uma sala com um monte de gente, todos falavam, mas ninguém dizia nada com um significado mais profundo. Toda hora que eu queria participar da conversa, expressar uma opinião, eles me olhavam sempre como se pensassem “por que é tão séria?”.

O que teria acontecido com Bella se você tivesse escrito os livros.

Eu a teria deixado morrer. 

Catherine Hardwicke disse que a realização do filme durou muito porque ninguém realmente acreditava que faria sucesso. Você esperava esse sucesso todo?

Nunca. Achei que estivéssemos fazendo um pequeno filme culto. Não é muito sobre ação e efeitos especiais, mas sim sobre sentimentos, uma história de amor.

Você gravou seu primeiro filme com nove anos e ficou famosa com onze como a filha de Jodie Foster em Quarto do Pânico. Quando teve certeza que queria ser atriz?

Eu moro em Los Angeles, meus pais são da indústria e eu sempre estive interessada. Eu sempre assistia às crianças em séries de TV e filmes e pensava “eu posso fazer melhor”. Eu sempre amei filmes. Eu sempre amei atuar, especialmente desde este pequeno filme independente chamado O silêncio de Melinda.

É sobre uma menina que é estuprada e praticamente pára de falar. Isso foi há quatro anos atrás e eu percebi que não era só divertido fazer filmes, mas também podia significar alguma coisa pra mim e pra alguns espectadores. Muitas meninas ligaram para a estação de TV para falar sobre o filme e sobre suas próprias experiências. Eu tinha catorze anos e, pela primeira vez, atuar não era algo que importava somente pra mim, mas que tinha gerado muitas reações intensas. Então eu soube que era isso que queria fazer.

Você também seria atriz se seus pais fossem bombeiros ou professores?

Eu não sei, talvez. Meus pais nunca me pressionaram. Muito pelo contrário, papai e mamãe sempre disseram “Kristen, não espere muito”.

Jodie Foster te deu algum conselho?

Jodie realmente me impressionou, ela é muito natural e pé no chão. Ela não é atriz pra se tornar rica e famosa. Eu me vejo nisso. Não estou interessada em saber onde é a próxima festa que vai bombar, mas o que posso alcançar com o meu trabalho.

Então você é praticamente o oposto das gêmeas Olsen ou da Lindsay Lohan?

Hum, pode ser. Mas não sou anti-gêmeas Olsen ou qualquer coisa assim. Sou quem eu sou. Se eu tivesse o mesmo poder de estrelato que elas têm eu usaria diferente. Eu não quero insultar as meninas, mas sou uma atriz, não uma celebridade.

Como você se prepara pro rumo que sua vida vai tomar agora?

Oh, não estou preocupada com isso. Ok, estou famosa agora e tal. Mas e daí? Às vezes sou reconhecida, mas na maioria das vezes não. E o benefício é que posso fazer o que quero. Mas estou animada pra poder conhecer quem eu quiser.

Fonte: KSTEW

Escrito por Unknown