Oh, oh, agora eu realmente o surpreendi. Rob parou estático e se virou para mim.
-Como é que é?
Comecei a mexer nas mãos, olhando pro chão. Agora que me dei conta. Eu estava nua. Não era uma conversa para se ter nesses termos. Então comecei a vestir a primeira roupa que encontrei. Ele também não falou nada. Se vestiu também.Depois ficou me encarando.Oh, droga...
-E então, Kristen?
-Olhe, eu não tive nada com seu irmão...De verdade.
-Você não teve nada?
Eu balançava a cabeça, olhando pro chão. Não conseguiu encarar o Robert nesse momento.
-Nunca fomos para cama. Essa é a verdade.
-Então porque me fez acreditar...Você gritou, para ser sincero...que tinha dormido com ele! Com o meu irmão.
-Eu sei...- suspirei- Foi necessário.
-Necessário? – Ele gritava.
-Sim.- falei num sussurro.
-Foi necessário eu passar um ano de inferno? Você tem idéia? Idéia do que fez com a nossa vida?
-Como meu irão concordou com isso? Você sabe que não pisa mais o pé na cidade né?
Eu olhei, surpresa.
-Como? Isso é verdade? Oh, deus, coitado do Tom...
-Coitado do Tommmm?
-Ele não teve culpa, só quis me ajudar. Eu nunca pensei...que chegaria a tudo isso.
-Não?! O que você achava que daria? Não é todo dia que uma esposa fala que dormiu com seu cunhado e foge dias depois.
-Eu sei...Mas tudo que fiz foi pensar em você...Tudo teria sido melhor...Mas parece que o destino brinca com a gente...
-Porque fez isso, Kristen?
Eu o encarei, e comecei a contar tudo que realmente tinha acontecido desde aquela visita ao médico.
FLASH BACK ON
Oh, meu Deus...Eu ia morrer? Era isso que estava acontecendo? Comecei a chorar, quando senti meu bebê se mexendo na barriga.
“Ohm, meu bem, fique calma...ajude um pouco a mamãe certo? Quero viver para ver seu rostinho ainda...”
Peguei um táxi e fui para casa. Silenciosamente. Parecia que estava tudo vazio. Subi as escadas e fui pro meu quarto, foi quando que passando no corredor eu vi o Tom.
-Tom?
Ele me olhou surpreso.
-Oi, Krist..en...
Ele se aproximou e percebeu meus olhos vermelhos.
-Oh, meu deus, cunhadinha, o quer que houve com você?
-E..Eu...Oh, Tom...eu não sei o que fazer...
-Quer que eu chame o Robert?
-Nãooooo!
-Certo. – e ele me abraçou.
-O Rob está viajando. Não quero que chame ele...- e comecei a chorar de novo.
-Estou preocupado Kristen. Nesses anos todos, nunca a vi chorar desse jeito...Ou vai me dizer que são os hormônios da gravidez?
Nessa hora o bebê mexeu de novo. Eu olhei pra ele preocupada.
-Eu preciso de ajuda...
-Ajuda? Ajuda em que, cunhadinha?
Ele me encarava sem entender.
-Tom...Eu realmente vou entender se você não quiser me ajudar...Mas eu preciso fazer isso...é o único modo do Robert...- Oh, Deus, só de pensar no que eu estava prestes a fazer meu coração doía. Seria possível conseguir viver sem ele?
Viver?
Eu não ia viver mesmo. Só por pouco tempo e no fim será tudo apagado. Logo o Robert nem vai se lembrar de que eu existo. Porque eu vou deixar de existir. Essa era a verdade.
-Kristeeeeeen...
O Tom estava gritando?Senti algo molhando as minhas pernas.
-Você está...
-Sangrando.
Minha filha. Ela estava indo embora. Em breve, não me restaria mais nada. Porque nem isso eu conseguiria segurar? Não, eu me recusava a acabar assim. A minha filha. Ela tinha que viver.
Em questão de minutos estávamos no carro.Eu sentia a vida escorrendo pelas minha pernas. Me sentia vazia.
-Não é melhor ligar para o Robert?
-Não.
-Ele saberá melhor o que fazer. Ele tem o direito de estar...
-Não, Tom. Me leve para o hospital. Só isso. Apenas isso.
Chegamos no hospital em 15 minutos. Olhei para o Tom e ele estava branco. De pedra.Fui colocada na cadeira de rodas e encaminhada a emergência. Felizmente tinha acabado de sangrar. Só não sabia se isso era ruim ou bom. Ele me acompanhou até a sala e estava saindo.
-Tom...Obrigada.
-Não foi nada Kris. Espero aqui fora. Só acho que seu marido deveria ter sido informado disso.
Eu não pudia falar mais nada. Era verdade. Mas não queria o Robert ali.Eu só queria fugir. Coloquei a mão na barriga e suspirei. Nada. Não sentia nada. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas.
Oh, meu bem, eu realmente queria ter visto a sua carinha...escutar seu choro.
Nessa hora o médico entrou. Meu obstetra acompanhado do geneticista que eu tinha visitado pela manhã.
- Oi, Kristen.
Ele começou a me examinar. Tentei olhar para a cara dos dois. Mas era simplesmente impossível. E não falavam nada. Eu já presumia o pior. Foi quando ao passar o ultrassom pela minha barriga eu ouvi uma batida. Muitas batidas. Uma seguida da outra.
A minha filha. Oh, Deus, ela estava viva. Mas eu não estaria. Em pouco tempo...
-Bem, Kristen... Só foi um susto. Ela está bem.
Sorri.
-Vá para casa e aproveite. Se sentir mais alguma coisa, retorne.
Para casa? Não. Eu não ia voltar. Terminei de me vestir e fui ver o Tom que me esperava na sala de espera.
Ele estava meio em pânico. Eu sorri mais calma agora.
-E então?
Acariciei a barriga.
-Ela ainda está aqui.
-Ufa! Que ótimo, Kristen- ele pegou na minha mão me levando pro carro. Eu estanquei.
- Eu não vou, Tom.
-Que?
-Eu não vou voltar. Não vou voltar para casa Tom.
-Que?
-Eu não vou voltar. Não vou voltar para casa Tom.
-Que?
-eu não posso, Tom. Tenho que ir embora. Só quero que você me faça dois favores...Entregar um bilhete meu ao Rob e...ai, Tom, me desculpe por isso...mas você pode dizer que foi para cama comigo?
Depois de longos 30 minutos, ele resolveu me ajudar. Ele já estava de partida. Ficaria viajando por 4 meses.Era o tempo das coisas se ajeitarem. Entreguei a ele o bilhete.
“Rob...
A esta altura, você já deve ter percebido que eu meu fui. Desculpe. Mas eu não posso suportar essa vida mais. Eu fui para cama com seu irmão e tudo se complicou pois eu comecei a sangrar e perdi o nosso bebê. Sinto muito por isso. Seja feliz,”
Kristen
FLASH BACK OFF
Eu olhei para ele. E seu rosto não dizia nada.
-Porque você não voltou pra casa?
-Eu não podia Robert. Não era justo com você... Você entende? Eu vou morrer Robert. A qualquer instante.
Ele pegou na minha mãe.
-Eu também posso. Se eu carro me pegar na rua...
-Pára com isso, Rob! Nem pensa nisso...eu não suportaria.
-E eu? Não pensou em mim?
-Oh, amor...Não fala isso. Eu só penso em você. Não queria ficar...e você me ver morrendo.
-Você ainda não morreu, Kris...
-Eu sei...mas a qualquer momento...
Ele me abraçou, alisando meus cabelos. Eu suspirei.
-Porque você mudou de idéia?Resolvendo me contar tudo?
Me soltei dele, o encarando.
-Porque eu sou egoísta. E quero passar o resto desses meus dias com você. Dure o que durar.
-Ainda bem que você ta sendo egoísta.
Ele pegou meus rosto entre as mãos, me olhando.
-Kris...então...nossa filha. Ela não morreu?
-Não, Rob. Ela não morreu.
Continua...
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1 comentários:
aiii..k ansiedade!! coloca logo o outro capítulo, tou a morrer d curiosidade!
ta mt bom, parabens
beijoss
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